Dizer "para sempre" é demasiado arriscado. Não saberemos se conseguimos manter essa verdade por muito tempo, e por dois prismas diferentes. O primeiro é que existem situações na vida em que nós somos completamente impotentes de controlar as adversidades que se opõem perante nós e não temos de fazer mais nada a não ser aceitar - de forma mais tranquila ou exaltada - essas mesmas adversidades e seguir para a frente.
O segundo prisma é que, para além desses factores exógenos incontroláveis, existe o principal problema: a mente do ser humano.
Somos feitos da matéria da ingenuidade divina, da bondade repentina e de impulsos controlados. Somos nós os grandes pensadores da nossa vida. Nós damos-lhe o destino que queremos, somos nós os construtores do nosso futuro. A vida é uma empreitada só nossa, transferindo para ela a nossa pessoa: abrindo uma porta aqui, derrubando uma parede ali e por aí adiante.
O nosso futuro é construído na base dos nossos desejos, gostos e convicções. Transformamos a nossa vida num jogo de palavras, atitudes e gestos para continuarem a corresponder às expectativas por nós criadas. Nem sempre sai bem. Cometemos erros, e a desculpa é "somos humanos". Será desculpa suficiente? Não saberemos nós controlar os nossos impulsos ou a nossa racionalidade e tentar atingir um equilíbrio sereno e tranquilo para que possamos apreciar mais e melhor a nossa vida? Aquele conjunto de momentos relaxados e felizes?
A verdade é que, num ápice, tudo pode mudar. Depois, só nos resta arcar com as consequências. Vida é lixada, mas é assim.
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