quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Acontecimento - I

" Aconteceu tudo estranhamente rápido. Não sei o que se passou, mas sei que não foi por acaso. Porque, afinal, o acaso existe? Não devemos nós lutar pelo acaso? Ou devemos ficar quietos à espera que o acaso venha por acaso?
Ambição. É isso que me demove: procurar mais, ter melhor...Porque o bom pode ser óptimo e só nós podemos transformar cada momento em óptimo e deixar o bom para trás.
Lutar. Tentar ser melhor...Porque mesmo que não consigamos, nunca foi tempo perdido; porque foi uma viagem - e nessas aprende-se sempre algo - sem semáforos, sem STOP's, a uma velocidade constante...Porque era conhecimento, conhecimento que se foi adquirindo até se ter um bom nível de entendimento...Entendimento mútuo, cúmplice e estranho.
Não são precisas definições, porque estas tiram magia aos momentos; momentos que são espontâneos, naturais...e estranhos.
Mas estranho é bom. Bom no sentido de ser uma descoberta...De quem? Não quero nem consigo definir.

E isso chega para ser feliz.

Porque é assim que sou, e porque eu não quero mudar...

Livre, espontâneo, natural, mágico, utópico, estranho...

Porque são MAGIAS & UTOPIAS ! "


Francisco G. de Brito.
19 anos e 1 semana.

Surpreendentemente estranho.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Liberdade

Tenho pena de ter nascido tão tarde. Devia ter nascido entre 1950/55 para poder ter apreciado o 25 de Abril de 1974; Adorava tê-lo vivido: deve ter sido um momento inesquecível!

Ver um país unido em torno de um só ideal: LIBERDADE


É uma palavra forte. Será que a conquistámos totalmente em 74? É certo que podemos votar de 4 em 4 anos...Mas haverá liberdade de escolha? Haverá liberdade de optar livremente por aquilo que realmente queremos? Haverá liberdade de lutar pelos nossos sonhos? Haverá liberdade suficiente para sermos aquilo que ansiamos?


25 de Abril não é só uma data. É um estado de espírito.

O espírito perdura em mim. E é certo que nunca deixarei de lutar por aquilo em que acredito e por aquilo que desejo.


Mas se o Chico Buarque naquela altura cantava por questões geográficas, eu faço-o por questões temporais.





25 de Abril: Agora e sempre.

domingo, 26 de setembro de 2010

Entusiasmo & Ansiedade

Quando uma coisa me entusiasma, vivo-a com uma ansiedade horrível. Ansiedade não daquele tipo de faltas de ar e essas coisas, mas pensar "porra, quero mesmo estar lá / vivenciar aquilo ". Ansiedade controlada, portanto.
Mas será que quando esse momento - pelo qual tanto ansiei - chega, serei capaz de o aproveitar na sua plenitude?

Espero que sim. Mas sei que não. Porquê? Não sei.

Tenho receio de não aproveitar suficientemente bem as coisas da vida. Uma ida a uma esplanada num dia solarengo, ou ficar mais um bocadinho na cama num dia de chuva. Uma ida ao cinema, ou um livro. Não ir ao estádio ao domingo.



Entusiasmo.

Ansiedade.

Receio.

Dúvida.
Incerteza.
Brainstorming !

Nostalgias de Verão - parte I

O meu Verão começou logo bem, com um grande dia 10 de Julho.

Poder ver Dropkick Murphys, Gogoll Bordello e Pearl Jam só num dia, acho que nem pedindo a entidades divinas, seria um pedido extremamente difícil de concretizar.


Para mim, a música mais emblemática dos Dropkick Murphys é esta:



Letra:

Yeh, this one's for the workers who toil night and day
By hand and by brain to earn your pay
Who for centuries long past for no more than your bread
Have bled for your countries and counted your dead

In the factories and mills, in the shipyards and mines
We've often been told to keep up with the times
For our skills are not needed, they've streamlined the job
And with sliderule and stopwatch our pride they have robbed

[Chorus:]
We're the first ones to starve, we're the first ones to die
The first ones in line for that pie-in-the-sky
And we're always the last when the cream is shared out
For the worker is working when the fat cat's about

And when the sky darkens and the prospect is war
Who's given a gun and then pushed to the fore
And expected to die for the land of our birth
Though we've never owned one lousy handful of earth?

[Chorus x3]

All of these things the worker has done
From tilling the fields to carrying the gun
We've been yoked to the plough since time first began
And always expected to carry the can



PS: Vinha a conduzir o carro, em direcção a casa, levava as janelas fechadas, porque estava com frio. Pensei : "Porra, o Verão já acabou ", e não é que passou rápido? Demais, até. Lembrei-me de fazer esta série de posts. Porque me apetece. Afinal, isto é meu!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

19 anos - já?

Faço hoje 19 anos.


Nem sei bem o que sentir. A maioridade já foi atingida - e com ela, todos os privilégios inerentes: carta de condução, votar e ser (verdadeiramente) preso - logo, não passa de "mais um ano".
A frase "já tás um homenzinho" já foi usada anteriormente, assim como o belo cliché "já tens idade para ter juízo", e é por isso só "mais um ano". Mais um ano que passou a uma velocidade impressionante. Agora percebo os desabafos angustiantes dos mais velhos "o tempo passa num instante". Quando digo isto, há sempre alguém que defende "oh, até parece que és velho!"; a verdade é que o estou a ser. Ano para ano. E talvez mais rápido do que pensava...

Mas agora é tempo de aproveitar. Aproveitar ao máximo... Absorver tudo o que seja positivo, olhando com esperança para o futuro e lutar cada dia para me tornar uma pessoa melhor - a todos os níveis.



22/9

19 anos.



Sim, já.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Poesia - Ary dos Santos

Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto.

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Usar a palavra "genial" para descrever tal coisa seria desvalorizar este poema. Lindo. Brilhante.

sábado, 18 de setembro de 2010

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Festa do Avante! 2010 - feedback

Cheguei a casa, regressado da Festa do Avante, na madrugada do dia 5 de Setembro. Após este tempo de excitação emocional, de inúmeros 'tags'/'comments'/'posts' no Facebook, e de relatar por alto às pessoas mais chegadas o que se passou na Festa do Avante, é hora de tentar pôr isto por escrito.
Foi o meu 2º Avante. Voltei a acampar com um amigo no acampamento interior - para trabalhadores da Festa -, montámos a tenda, descansámos um bocadinho e depois toca a visitar o recinto da Festa para um mini-reconhecimento do local.
A Festa do Avante por si só, é um espaço de convívio. Primeiramente, convívio entre os comunistas Portugueses, pessoas que trabalham activamente na organização do Partido e na sua região, para tentar proporcionar uma vida melhor para Portugal. Em segundo lugar, um convívio entre jovens de toda a parte do País. Pessoalmente, e apesar da minha experiência ser pouca, o Avante já não é visto como sendo um "espéctaculo" político; pelas minhas 'contas', cerca de 50%/60% das pessoas que vão à Festa do Avante não são comunistas/não ligam a política. É visto como sendo o último 'festival de verão', com um espirito um tanto ou quanto semelhante ao Sudoeste TMN - parque de campismo, espirito 'legalize', boa onda - só que mais acessível à maioria das pessoas (Pagar 19,5€ por 3 dias + taxas de campismo + comida/bebida, creio que não seja muito dificil de atingir pelo pessoal.)
Acontece que a Festa do Avante, para além de ser um Festival de Verão, é mais do que isso. Começa logo pelo simples facto de a Festa do Avante e todas as infrastruturas nela inseridas serem construídas apenas e só por militantes comunistas, simpatizantes e amigos. Depois, a camaradagem que lá existe, aquela boa onda que se vive, aquela solidariedade inexplicável são sentimentos que só acontecem lá.
Para mim, o Avante é mais do que um sítio onde se pode ouvir boa música e beber uns copos; é mais do que poder fumar uns charros à vontade; é mais do que estar na boa com os amigos sem qualquer stress ou preocupação; para mim o Avante representa aquilo em que acredito e aquilo que eu luto. Luto pelo Partido Comunista Português e luto por um Portugal melhor. A Festa do Avante é a expressão máxima daquilo que o PCP pode fazer. A união, a força de espirito e de abnegação, o sacrificío, o esforço...Enfim, Tudo! Tudo aquilo que os camaradas fazem por um ideal representado pelo PCP é qualquer coisa de inacreditável. Não se tome tudo isto de ânimo leve . A Festa representa  esforço individual e esforço conjunto, representa férias gastas na Quinta da Atalaia com trabalho de sol a sol, suando face ao calor de Julho e Agosto.
O que aqui está não é voluntariado, é dádiva. Dádiva essa que é feita por todos nós, trabalhadores da Festa, por acreditarmos que, sim, é possível uma vida melhor! Dádiva que é feita ao Partido, à Festa, ao Ideal Comunista, aos Camaradas e a todos os Visitantes da Festa do Avante.
A Festa do Avante é um dos melhores fins-de-semana da minha vida. É indescritível todo o ambiente que se vive, e aconselho vivamente a todas as pessoas ( de todas as idades, de todos os quadrantes politicos, de todos os géneros, raças, etnias e nacionalidades, etc.) a visitarem a Festa do Avante. Porque, afinal, NÃO HÁ FESTA COMO ESTA!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Festa do Avante


Vai ser a minha 2ª presença na Festa do Avante.
Vai ser especial, certamente.


Ansioso por lá chegar, por poder lá estar, por poder sentir tudo aquilo em que acredito - por mais utópico que seja.

Isto é  AVANTE,CAMARADAS !