domingo, 31 de julho de 2011

título original

Encaro a minha vida com a naturalidade que a natureza possui.
Sinto os dias e as horas a passarem por mim de forma ingénua e apressada; arrepio-me com uma brisa fresca que passa e me gela o corpo; alegro-me com a invasão de um raio do sol no meu olhar; arrefeço com a chuva que molha a minha pele; enfim, vivo a vida.
Nada será gravemente urgente o suficiente para que nos tenhamos de preocupar a sério com essa problemática. Encarar a vida de frente, com uma postura amigável e afável, aproveitar cada coisa boa que esta mesma nos traz e tentar usufrui-la ao máximo. Aproveitar estar vivo. Aproveitar estar no planeta Terra e poder gozá-lo de milhares de maneiras possíveis para que este se torne num sitio marcante.
O equilíbrio é feito, também, de forma bastante natural. Alegrias, tristezas, choro, gargalhadas, lágrimas de euforia e lágrimas de desespero: tudo acaba da mesma forma como começou, de uma forma repentina e temporal. Parece que tudo tem a sua razão de ser, não é? O destino? Deus? Uma outra entidade divina e superior? Quem controla isto? Este vaivém de emoções e de estados de espíritos que assolam a mente do ser humano e que fazem a vida valorizar-se a si própria?
Porventura nunca saberemos a resposta a essa pergunta, dado que somos incapazes de controlar isso, somos incapazes de saber tudo, de descobrir tudo, mas nunca saberemos entender o sentido da vida, porque é que ela é assim, como é que foi criada ou qual o seu propósito?
Até lá, resta-te sorrir a cada momento feliz, resta-te simplificar o processo da vida – que é bem complicado por si mesmo -, resta-te fazer o que te deixa entusiasmado, com aquele friozinho na barriga e com aquele conforto interior. Tudo o mais não importa – só tu, neste momento.

sábado, 30 de julho de 2011

comboio

No silêncio da noite eu projecto sonhos,
sonhos que são construídos nas nuvens:
massas de ar e de imaginação
inalcançáveis por natureza.

Talvez a vida não me leve onde eu desejo,
talvez não mereça nada e não consiga tudo;
todavia, tudo farei apenas por um beijo
aquela coisa que me leva à plenitude.

O mundo é mudança, já dizia o poeta
A vida também é  assim, explica o cidadão.
Procuro algo que me complete,
aquela coisa que me dificulte a respiração.

Acompanhado disso estarão, por certo, as expectativas:
malvadas e cruéis acompanhantes das relações humanas,
é algo inerente às nossas vidas,
é parte integrante das artes mundanas.

Triste mundo de representações pitorescas e simbólicas
enclausuradas e limitadas por frases-chavão,
onde está algo sincero e tranquilo?
Estarei perdido nesta imensidão?

Neste oceano eu nado com uma direcção
pseudo-definida e pseudo-pensada
Divago solitariamente na indefinição
à procura da luz da perfeição.

As palavras parecem-me sempre insuficientes
para expressar o que sinto ou para dizer o que penso
queria algo incisivo e aguerrido
como um simples acidente em que saio ileso.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

" mas viste, ou fui só eu !? "

sou a melhor pessoa do mundo. Sou o gajo mais bonzinho que conheço. Sou o gajo mais porreiro que existe.

amén

terça-feira, 26 de julho de 2011

gimme

Pega na minha mão e vem comigo. Entrelaça os teus dedos nos meus e faz força. Sente a segurança das nossas duas mãos fechadas caminhando assertivamente num caminho ziguezagueado. Sente o vento a bater na cara e o corpo a arrepiar. Sente cada raio de sol que nos atravessa a alma e sorri. Sorri porque este é o momento. Alegra-te por estarmos juntos e sentir o tempo a passar, a natureza a reciclar-se e a vida a crescer. Não sei se o caminho certo é este, mas esquece isso, continua. Continua e não olhes para trás, não te refugies em erros no passado e aproveita este novo mundo! Segue a linha do horizonte e anda. Anda como se fugisses de algo e quisesses agarrar algo. Não largues a minha mão que eu não sei chegar lá sozinho. Não te vou deixar tremer, não te vou deixar cair, não te vou deixar vacilar - segura bem a minha mão. Não tenhas medo da pressão, inspira bem fundo, acelera o passo - corre se for preciso!

Corre e chega-te mais perto.
mais

mais..

e mais!

sábado, 23 de julho de 2011

trolol

Acordo ensonado num mundo que não parece o meu. Fui eu que o fui criando ao longo deste tempo? Seleccionando pessoas que quero próximas de mim, escolhendo momentos que quero partilhar, optando por situações favoráveis à minha felicidade; Tenho em mim a confusão imensa dos grandes de espírito e de inteligência e não consigo expressar o que sinto. Colocar por palavras a minha mente seria um feito inolvidável, só ao alcance dos ditos grandes. A imersão de pensamentos subsequentes que me atola o corpo e a alma seria facilmente diluída se a conseguisse escrever, dando traços de definição a algo inconclusivo, por natureza.
É uma montanha-russa de emoções que variam de minuto a minuto e dia para dia. Aspirações e desejos são inconstantes, assim como vontades e quereres que se transformam numa perdição labiríntica inacabada e da qual não consigo sair porque não sei o que pensar ou o que sentir.
É claro que a relativização dos processos mentais em que vivo fazem com que me sinta tranquilo, mas de facto não me consigo descontrair perante tamanha onda gigantesca de informação cerebral que vai esbarrar num corpo humano indefeso e que só é guiado pelos cordéis da imaginação, da criatividade e da emoção.

Não desejo a ninguém ser estúpido como eu.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

wazzaaaa

Se tenho medo? Claro que tenho. Mas a ansiedade e a ingenuidade que em mim correm livremente são suficientes para aniquilar qualquer receio que me possa aterrorizar o futuro. Não sei como é, nunca vivi, é-me completamente desconhecido. Porém, a certeza de que viver algo de novo será fulcral para novos ensinamentos deixa-me extasiado, eufórico e irrequieto.
Mal posso esperar, para que, se tiver de acontecer, seja a melhor coisa da minha vida.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

1 day

Um dia adoraria poder dizer tudo aquilo que sinto, sem restrições nem incovenientes, sem limitações racionais e obsessivas. Poder sair à rua e gritar tudo aquilo que corre por dentro de mim, sem medo de magoar alguém, sem medo de sofrer e de viver.

Sou um Fernando Pessoa reles.

terça-feira, 5 de julho de 2011

páginas em branco
sem nada por escrever
vida é mesmo isto
é dar e receber

sabes que tudo virá um dia
fruto de um improviso
pensado, planeado
real e vivido

no desconhecido vives
quieto e amorfo
a espera de algo que
que tu concretizes

concretizar para quê?
há tanto tempo ainda por viver
pra quê pressa, pra que correria?
talvez tenhas medo que isto não apareça um dia

aparece mais cedo do que pensas,
dizem-te, tentando tranquilizar a cena
mas tu so nao querias viver
neste estupido dilema

deixa a cena rolar
há coisas que tu nao controlas
fica-te por aí quietinho
que o mundo anda e não rebola

vive na ansia do desconhecido
vive no palpitar do coraçao
vive no precipicio do mundo
e sem medo de ouvir um não

abre asas, voa, sonha
quem sonha sempre alcança
como num baloiço
uma criança balança

sao versos sem rima
é uma história sem sentido
talvez a vida seja mesmo isto

Um texto que rima encruzilhadamente nos seus paragráfos, pontos e vírgulas. Acentos acentuam os momentos, letras simbolizam pessoas e palavras lugares. Tudo se conjuga harmoniosa e misteriosamente nos bens mais sagrados de todos: na liberdade e na vida.

4 de Julho, desejos e sonhos a mais para uma só realidade