sábado, 30 de julho de 2011

comboio

No silêncio da noite eu projecto sonhos,
sonhos que são construídos nas nuvens:
massas de ar e de imaginação
inalcançáveis por natureza.

Talvez a vida não me leve onde eu desejo,
talvez não mereça nada e não consiga tudo;
todavia, tudo farei apenas por um beijo
aquela coisa que me leva à plenitude.

O mundo é mudança, já dizia o poeta
A vida também é  assim, explica o cidadão.
Procuro algo que me complete,
aquela coisa que me dificulte a respiração.

Acompanhado disso estarão, por certo, as expectativas:
malvadas e cruéis acompanhantes das relações humanas,
é algo inerente às nossas vidas,
é parte integrante das artes mundanas.

Triste mundo de representações pitorescas e simbólicas
enclausuradas e limitadas por frases-chavão,
onde está algo sincero e tranquilo?
Estarei perdido nesta imensidão?

Neste oceano eu nado com uma direcção
pseudo-definida e pseudo-pensada
Divago solitariamente na indefinição
à procura da luz da perfeição.

As palavras parecem-me sempre insuficientes
para expressar o que sinto ou para dizer o que penso
queria algo incisivo e aguerrido
como um simples acidente em que saio ileso.

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